segunda-feira, 3 de junho de 2013

O dirigente sindical preparado para servir

Por Valdemir Corrêa – Secretário Geral FTIA/RS

Uma das principais carências do movimento sindical, atualmente, é a falta de renovação de quadros. A formação de novas lideranças deve ser perseguida perseverantemente, pois qualquer entidade sindical que tenha uma visão estratégica da luta de classes precisa tê-la como prioridade.

Ao lado da escassez de novas lideranças, há o crescimento da ocupação de cargos institucionais, devido à conquista de governos pelos partidos de esquerda e pelos próprios dirigentes que conquistam cargos eletivos. Trata-se de um processo natural e necessário, pois significa a ampliação dos espaços de participação, onde estão em jogo os interesses dos trabalhadores, porém não pode refletir em vácuo na representação efetiva frente a empresários e governos.
Na verdade, contamos com diretores em abundância (velhos e novos), pois ser diretor é fácil, já ser dirigente sindical é muito mais complicado e exige um perfil adequado para tanto, pois o verdadeiro líder não se forja pelo cargo que ocupa e sim pela sua atuação. O cargo em si apenas impõe, já a autoridade, sem autoritarismo, e a abnegação influenciam um grande número de pessoas a se envolverem e se comprometerem em prol do bem comum, com a prevalência dos interesses coletivos em detrimento dos privilégios pessoais.

Assim, o dirigente servidor tem como um dos seus principais méritos “saber ouvir”, aliado ao esforço que deve provocar a “fome” para atender às necessidades das pessoas (o que grupo e seus representados precisam para melhorar a qualidade de vida, autoestima, dignidade humana, etc.). Isto é diferente de atender tudo o que as pessoas querem (o querer – individual - nem sempre é precisar, assim como gostar é diferente de amar).

Por outro lado, o bom dirigente não é só aquele que tem como “objeto de desejo” um microfone à mão, onde poça demonstrar sua capacidade de oratória. Precisamos entender que os seres humanos são diferentes, com talentos variados, desta forma, há os que atuam melhor na parte de organização direta dos trabalhadores no local de trabalho, os que tem grande capacidade para mobilizar, os que educam, inclusive pelo exemplo, os que tem iniciativa e respaldam, nos bastidores, o trabalho da linha de frente, entre outros. Desta forma, cada qual com o seu jeito, tempo e aptidão são imprescindíveis para a caminhada.


Em resumo, além das virtudes que elencamos manter a humildade e a abnegação, combinado com ousadia e determinação, durante toda a trajetória sindical, é decisivo para um desempenho eficaz em qualquer cargo que venha a ocupar.  Nesse caso, podemos dizer que se trata de um dirigente sindical exemplar e que dá o melhor de si para o movimento.

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