Por Valdemir Corrêa – Secretário Geral FTIA/RS
Uma das principais carências do movimento sindical,
atualmente, é a falta de renovação de quadros. A formação de novas lideranças
deve ser perseguida perseverantemente, pois qualquer entidade sindical que
tenha uma visão estratégica da luta de classes precisa tê-la como prioridade.
Ao lado da escassez de novas lideranças, há o crescimento da
ocupação de cargos institucionais, devido à conquista de governos pelos
partidos de esquerda e pelos próprios dirigentes que conquistam cargos
eletivos. Trata-se de um processo natural e necessário, pois significa a ampliação
dos espaços de participação, onde estão em jogo os interesses dos trabalhadores,
porém não pode refletir em vácuo na representação efetiva frente a empresários
e governos.
Assim, o dirigente servidor tem como um dos seus principais
méritos “saber ouvir”, aliado ao esforço que deve provocar a “fome” para
atender às necessidades das pessoas (o que grupo e seus representados precisam
para melhorar a qualidade de vida, autoestima, dignidade humana, etc.). Isto é
diferente de atender tudo o que as pessoas querem (o querer – individual - nem
sempre é precisar, assim como gostar é diferente de amar).
Por outro lado, o bom dirigente não é só aquele que tem
como “objeto de desejo” um microfone à mão, onde poça demonstrar sua capacidade
de oratória. Precisamos entender que os seres humanos são diferentes, com
talentos variados, desta forma, há os que atuam melhor na parte de organização
direta dos trabalhadores no local de trabalho, os que tem grande capacidade
para mobilizar, os que educam, inclusive pelo exemplo, os que tem iniciativa e
respaldam, nos bastidores, o trabalho da linha de frente, entre outros. Desta
forma, cada qual com o seu jeito, tempo e aptidão são imprescindíveis para a
caminhada.
Em resumo, além das virtudes que elencamos manter a humildade
e a abnegação, combinado com ousadia e determinação, durante toda a trajetória
sindical, é decisivo para um desempenho eficaz em qualquer cargo que venha a
ocupar. Nesse caso, podemos dizer que se
trata de um dirigente sindical exemplar e que dá o melhor de si para o
movimento.
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