Por Valdemir Corrêa – Secretário Geral FTIA/RS
Construindo a igualdade a partir das
diferenças
Reconhecer e
respeitar as diferenças é o primeiro passo para a construção da igualdade. As
diferenças se manifestam em vários espaços e situações, sejam nas questões de
gênero, raça, religião, opção sexual, classe e geração e, atualmente no Brasil,
há o fenômeno da mobilidade humana, com a retomada da emigração para o Brasil,
graças ao bom momento em que o país vive.
Para o
primeiro caso, há uma dívida histórica que mudanças na legislação, ações de
entidades representativas desses segmentos e campanhas de conscientização não
conseguiram saldá-la. No caso da imigração, com a chegada ao Brasil de pessoas
com cultura, costumes e idiomas diferentes, precisamos criar estruturas e
políticas de acolhimento e integração nas comunidades locais.
É claro que
a integração é complexa, pois a sociedade de acolhimento precisa garantir
oportunidades de adaptação e, ao mesmo tempo, respeitar as origens daqueles que
chegam. É necessário esforço mútuo. Já ouvi um dirigente sindical dizer que a
contratação de estrangeiros só prejudica a ação sindical, pois são facilmente
cooptados pelos patrões. Mas é papel dos sindicatos contribuírem para o
acolhimento e a integração desses trabalhadores, afinal sempre exigimos um
tratamento digno aos brasileiros que emigraram a partir do final do século XX
para os Estados Unidos, Japão e Europa, em busca de melhores condições de vida.
De acordo
com o Ministério do Trabalho e Emprego, houve uma adequação na legislação
trabalhista, permitindo a solicitação de visto permanente, após dois anos, para
os estrangeiros que assinam contrato de trabalho, pois no Brasil os contratos
com estrangeiros são feitos num prazo máximo de dois anos, prorrogáveis por
mais dois.
Dizem que no
Brasil, há desigualdades econômicas, sociais, culturais e políticas, mas somos
todos iguais perante à lei – portanto, há a igualdade jurídica, será?
A compreensão
da diversidade como fator de conquista da igualdade deve se contrapor à conduta
que persiste em tratar o diferente de forma preconceituosa e discriminatória.
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