segunda-feira, 3 de junho de 2013

Acolhendo as diferenças

Por Valdemir Corrêa – Secretário Geral FTIA/RS

Construindo a igualdade a partir das diferenças

Reconhecer e respeitar as diferenças é o primeiro passo para a construção da igualdade. As diferenças se manifestam em vários espaços e situações, sejam nas questões de gênero, raça, religião, opção sexual, classe e geração e, atualmente no Brasil, há o fenômeno da mobilidade humana, com a retomada da emigração para o Brasil, graças ao bom momento em que o país vive.

Para o primeiro caso, há uma dívida histórica que mudanças na legislação, ações de entidades representativas desses segmentos e campanhas de conscientização não conseguiram saldá-la. No caso da imigração, com a chegada ao Brasil de pessoas com cultura, costumes e idiomas diferentes, precisamos criar estruturas e políticas de acolhimento e integração nas comunidades locais.
“Aguardei a chegada de mão de obra e vieram seres humanos” foi a declaração de um empresário gaúcho do setor das indústrias da alimentação, após contratar alguns Haitianos que entraram no Brasil pelo Acre. Notadamente, há um tratamento diferenciado para os Europeus que são considerados mão de obra especializada, enquanto haitianos e Sul-americanos são vistos com preconceito, inclusive foi detectado trabalho semiescravo, com alguns imigrantes trabalhando praticamente só pela alimentação.

É claro que a integração é complexa, pois a sociedade de acolhimento precisa garantir oportunidades de adaptação e, ao mesmo tempo, respeitar as origens daqueles que chegam. É necessário esforço mútuo. Já ouvi um dirigente sindical dizer que a contratação de estrangeiros só prejudica a ação sindical, pois são facilmente cooptados pelos patrões. Mas é papel dos sindicatos contribuírem para o acolhimento e a integração desses trabalhadores, afinal sempre exigimos um tratamento digno aos brasileiros que emigraram a partir do final do século XX para os Estados Unidos, Japão e Europa, em busca de melhores condições de vida.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, houve uma adequação na legislação trabalhista, permitindo a solicitação de visto permanente, após dois anos, para os estrangeiros que assinam contrato de trabalho, pois no Brasil os contratos com estrangeiros são feitos num prazo máximo de dois anos, prorrogáveis por mais dois.

Dizem que no Brasil, há desigualdades econômicas, sociais, culturais e políticas, mas somos todos iguais perante à lei – portanto, há a igualdade jurídica, será?


A compreensão da diversidade como fator de conquista da igualdade deve se contrapor à conduta que persiste em tratar o diferente de forma preconceituosa e discriminatória. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário