segunda-feira, 9 de maio de 2022

CUT-RS e centrais realizam ato pelo reajuste do mínimo regional nesta segunda

 Por: CUT/RS

Palácio Piratini

A CUT-RS e centrais sindicais voltam às ruas de Porto Alegre na manhã desta segunda-feira (9), às 10h, para pressionar o governo Leite/Ranolfo (PSDB) a encaminhar um projeto de reajuste do salário mínimo regional de 2022 para a Assembleia Legislativa.

A concentração ocorrerá em frente à sede da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), no Largo Visconde do Cairu, ao lado da Praça Parobé, no centro da capital gaúcha. A entidade patronal, junto com as demais federações empresariais, defende outra vez o congelamento do chamado piso regional.

Depois, as centrais sairão em caminhada com faixas, cartazes e bandeiras até a Praça da Matriz, onde será realizado um ato diante do Palácio Piratini.

Centrais reivindicam 15,58% de reajuste para repor inflação

Com data-base em 1º de fevereiro, as centrais entregaram ao governo tucano, em 15 de fevereiro, a reivindicação de 15,58%, que considera a reposição de 10,60% referente à variação do INPC de 2021 até janeiro deste ano e a recuperação de 4,50% correspondente ao INPC de 2019, que não foi pago, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A mesa de diálogo para tratar do piso regional, promovida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), que reuniu centrais sindicais, federações empresariais e governo do estado, terminou sem acordo. Houve três rodadas de conversas, em 13 de abril, 16 e 30 de março, sob a coordenação do deputado Luiz Fernando Mainardi (PT).

A presidente do Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Renda (Ceter), Maria Helena de Oliveira, destaca que esse espaço tripartite poderia ser um importante lugar de diálogo e negociação acerca do piso regional, a exemplo do Paraná e Santa Catarina.

Ela, que é também secretária de Formação da CUT-RS, ressalta que o novo secretário estadual de Trabalho, Emprego e Renda, Hamilton Sossmeier, disse que levou ao conhecimento do secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lemos, as propostas das centrais e dos empresários debatidas na mesa de diálogo.

Amarildo e Helena
Foto: CUT-RS

Centrais cobram audiência com governador Ranolfo

Após a renúncia do ex-governador Eduardo Leite em 31 de março, que nunca recebeu as centrais para dialogar sobre o mínimo regional e sequer enviou projeto para o reajuste deste ano aos deputados, foi solicitada uma audiência com o novo governador Ranolfo Vieira Júnior, mas nada ainda foi agendado.

A demora do governo em enviar o projeto de reajuste aos deputados é muito ruim para quem recebe o piso regional. Cada mês sem reajuste significa R$ 200 a menos no bolso dos gaúchos e das gaúchas que recebem os menores salários no Estado.

“A nossa reivindicação já foi apresentada ao governo e representantes patronais voltaram a defender reajuste zero, como já fizeram em 2020, enquanto o governo permanece em silêncio, prejudicando cerca de 1,5 milhão de trabalhadores e trabalhadoras que perdem renda para comprar alimentos e enfrentar a carestia”, afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Amarildo e bandeira (2)
Foto: Carolina Lima / CUT-RS

O secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel, alerta que “o achatamento do piso regional significa a retirada descabida de dinheiro do bolso do trabalhador e da trabalhadora pelas empresas, no exato momento em que a inflação disparou, sobretudo diante dos preços abusivos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha por causa da política nefasta do governo Bolsonaro para os combustíveis”.

RS paga mais baixo piso regional no Sul do Brasil

Único sem reajuste em 2022, o Estado tem o mais baixo piso regional no Sul do Brasil. Segundo estudo do Dieese, o RS paga atualmente R$ 1.305,56 para a menor faixa salarial, enquanto o valor em Santa Catarina é de R$ 1.416,00 e no Paraná é de R$ 1.617,00.

Confira a tabela comparativa dos três estados

Pisos no Sul do Brasil
“Vamos aumentar a pressão nas ruas e nas redes sobre o governo, que ignora as reivindicações da classe trabalhadora que está cada vez mais empobrecida, enquanto concede isenções fiscais para grandes empresas e quer concluir a adesão do RS ao Regime de Responsabilidade Fiscal (RRF) da União, comprometendo o futuro do povo gaúcho”, ressalta o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo.

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